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27-03-2014
Entretenimento

Beyoncé apresentou produção digna de Hollywood

Beyoncé apresentou produção digna de Hollywood
A cantora norte-americana atuou esta quarta-feira no Meo Arena, completamente lotado, e repete a faceta hoje à noite.

Quando no final do ano passado Beyoncé lançou de surpresa o seu quinto álbum, homónimo, definiu parte do seu conceito com a sua aceitação da imperfeição. "Perfection is the disease of a nation" cantava em Pretty Hurts. No entanto, o que se viu esta quarta-feira no Meo Arena, em Lisboa, foi uma performer em total controlo das suas capacidades, proporcionando um espetáculo de uma mestria (a todos os níveis) que dificilmente não se definirá como perfeita.
Já passava mais de uma hora de concerto quando Beyoncé se atirou ao single Love On Top e a forma como conseguiu mudar progressivamente de acordes vocais, mantendo a mesma intensidade interpretativa, é reflexo de uma força criativa ímpar.
Conhecida também pela postura de militância que tem relativamento ao "empoderamento" feminino, a cantora norte-americana iniciou o concerto com o que se poderia chamar de manifesto feminista tornado instrumento de entretenimento (via, pela qual, valores fundamentais podem chegar e influenciar positivamente as massas). Run the World (Girls) e ***Flawless foram, por isso, os primeiros temas da noite e, entre eles, ouviu-se (e leu-se nos grandes ecrãs) parte de um discurso da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, que apela pela igualdade de género.
Beyoncé voltou a Lisboa, cinco anos depois da sua última atuação, a bordo da The Mrs. Carter Show World Tour, que chega ao fim precisamente esta noite novamente na Meo Arena. Consigo trouxe uma produção digna de Hollywood. Mais de uma dezena de músicos em palco, vários bailarinos, constantes mudanças de roupa de alta costura (Tom Ford foi um dos estilistas representados) e um aparato visual de grande dimensão, onde jogos de luzes e trabalhos com fogo se aliavam a vários vídeos que serviam para interligar a narrativa do espetáculo, focada no poder feminino.
Este foi também um espetáculo bastante exigente (para Beyoncé e para os seus bailarinos) a nível coreográfico, mas nem isso fez com que a interpretação fosse menos cuidada, antes pelo contrário, daí ser realmente surpreendente ver Beyoncé a atuar e a dar uma lição de como se conduz um espetáculo.
As canções do último álbum tiveram uma especial presença no alinhamento da noite. Passou assim por temas como Blow, Partition (onde o trabalho cénico, em palco, remetia para os ambientes de clube de strip, tal como acontece no seu teledisco oficial), Haunted ou a muito aplaudida Drunk in Love.
Claro que não deixou de passar por momentos célebres do seu passado. Irreplaceable foi das canções da noite entoadas mais vivamente pela plateia, por exemplo. Countdown serviu de interlúdio visual para chegar às incontornáveis Crazy in Love ou Single Ladies (Put A Ring On It).
Nesta fase final do concerto homenageou Whitney Houston com a interpretação do clássico I Will Always Love You (ficou célebre na voz desta diva do r&b, mas é, na verdade, um original de Dolly Parton), seguindo-se Heaven, XO (composta como forma de agradecimento aos seus fãs, contou Beyoncé) e despedindo-se depois de Halo, tendo, já antes, cumprimentado vários fãs que se encontravam nas primeiras filas.
Esta não foi uma noite em que a cantora se resumiu a interpretar êxito atrás de êxito de forma maquinal. Cada momento vivido foi desenvolvido como um pequeno acontecimento que integrava o todo que é o The Mrs. Carter Show, um espetáculo trabalhado ao mais ínfimo pormenor, mas sem perder nisso a capacidade para estabelecer uma relação emocional com o público. Beyoncé conseguiu-o como poucos. Por isso não existem duas "Beyoncés" neste mundo.

Fonte: DN

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